quarta-feira, 6 de junho de 2012

VENCE QUEM NÃO MUDOU.


Opinião - Diário Popular

03-06-2012 | 09h06min

Editorial


Quais os times de futebol da Zona Sul do Estado que 
apresentam, até esse período do ano, as melhores
campanhas dentro de campo? A resposta é: aqueles
que não demitiram seus técnicos e apostaram na
manutenção dos nomes contratados para comandar
as equipes mesmo nos momentos mais difíceis
, quando duas ou três derrotas consecutivas foram
transformadas em pressão por mudança. E esses
clubes se chamam Farroupilha (de Pelotas) e São
Paulo (de Rio Grande).

O trabalho de Rinaldo Lopes, o Badico, teve início

em 3 de novembro de 2011, quando o Fantasma
 
do bairro Fragata o anunciou como treinador

Considerado um motivador, Badico jogou por 23 

anos e assumiu que este era um dos maiores 

desafios de sua carreira. Ele balançou no início do

mês de maio, surpreendentemente após classificar o 

Tricolor à segunda fase da Série A2. Mas prevaleceu o 

bom senso e a resposta à decisão de não dispensá-lo

está na tabela. O Farroupilha entra em campo neste 

final de semana na parte de cima. O retrospecto é 

tãobom que mesmo uma derrota na rodada o

deixa em segundo lugar na classificação.

Já o São Paulo apresentou o técnico Rudinei Machado,

o Rudi, em 24 de novembro do ano passado. Ele 

entra, portanto, no sexto mês à frente do Leão do

Parque. O ex-zagueiro ganhou o aval da diretoria,

que acreditou na sua experiência de 15 anos como

jogador profissional. Na última partida, contra o Brasil

de Pelotas, a vitória de 2 a 1 veio com uma virada e

um jogador a menos em campo, o que sempre 

valoriza a conquista dos três pontos e aumenta a

confiança às partidas seguintes. Caso vença neste

domingo, o São Paulo torna-se líder isolado de sua 

chave.

Não há nada que já tenha sido dito ou escrito de novo 

no futebol. Mas algumas verdades prevalecem

soberanas, embora muitos clubes insistam em 

desafiá-las. E uma delas todo torcedor aprende desde

pequeno. Quem decide mudar de técnico a cada 

momento ruim em campo, sem dar tempo para o 

treinador desenvolver seu trabalho, tem grande 

possibilidade de fracassar.

Uma fórmula sem sucesso, mas repetida à exaustão 

por muitos dirigentes.

É claro que um time não depende unicamente do

treinador mantido no cargo para conquistar os 

objetivos traçados no início da temporada. Sem 

um bom plantel e jogadores comprometidos, a 

chance de tombar rapidamente é grande. Mas 

nesse momento, com o olhar no grupo de cada um 

dos times mais populares da região, é preciso 

destacar o dedo dos técnicos. Sem invencionices, 

Badico e Rudi, ex-atletas de futebol, mostram 

competência e têm grande chance de levar 

aqueles que os contrataram à Primeira Divisão

Até aqui, são vencedores.